20 de Agosto de 2024 - 18:07:43h
A educação em Feira de Santana vive uma situação alarmante, como evidenciam os recentes resultados do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). Com uma pontuação de 4,4 nos anos iniciais e 3,5 nos anos finais, o município está significativamente abaixo das metas nacionais, revelando uma crise profunda não apenas no desempenho acadêmico dos alunos, mas também na gestão educacional e nas políticas públicas voltadas para a valorização dos profissionais da educação.
O IDEB foi criado para medir a qualidade da educação básica no Brasil, mas em Feira de Santana, sua aplicação tem exposto problemas mais complexos. A responsabilização desproporcional dos professores pelo desempenho dos alunos, sem considerar fatores estruturais como a gestão escolar, o número elevado de alunos por sala, a falta de recursos e a ausência de políticas públicas eficientes, cria uma pressão injusta sobre os docentes. Como argumenta Freitas (2007), essa abordagem ignora a complexidade do processo educativo e sobrecarrega os professores, que já enfrentam condições de trabalho precárias e baixa remuneração.
A falta de professores e o impacto da pandemia agravaram ainda mais a crise. Muitas escolas em Feira de Santana têm operado com apenas três dias de aula por semana devido à falta de docentes, comprometendo a continuidade do aprendizado e a qualidade da educação oferecida. Além disso, o suporte inadequado para alunos com deficiência é um reflexo claro da falta de investimento em políticas inclusivas, o que impede uma educação equitativa e de qualidade para todos.
Nesse cenário, a APLB Sindicato desempenha um papel fundamental na luta por melhores condições de trabalho para os professores e funcionários das escolas. A ausência de um estatuto do professor, a falta de um plano de carreira atualizado, e a escassez de diálogo entre a administração pública e os sindicatos são questões que o sindicato tem enfrentado com veemência. A APLB tem denunciado as condições precárias enfrentadas pelos profissionais da educação e exigido ações concretas da gestão municipal para resolver esses problemas estruturais.
A crise no sistema educacional de Feira de Santana não pode ser resolvida apenas com a aplicação de índices e rankings. É necessária uma abordagem que vá além dos números, reconhecendo a importância das políticas públicas que valorizem os professores, melhorem as condições de trabalho e garantam recursos adequados para o desenvolvimento educacional. A luta da APLB Sindicato é crucial para pressionar a administração municipal a assumir sua responsabilidade e implementar as mudanças necessárias para reverter esse cenário.
A educação de qualidade é um direito fundamental, e sua garantia passa pelo reconhecimento e valorização dos profissionais que a tornam possível. Somente com o comprometimento da administração pública e a continuidade da luta sindical será possível transformar a educação em Feira de Santana e alcançar melhores resultados no IDEB, refletindo uma verdadeira melhoria na qualidade do ensino oferecido aos estudantes.
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